domingo, 14 de junho de 2009

PARADAAAAAA... URRRRUU!!!!




Neste ano será realizada a 13ª Parada do Orgulho LGBT da cidade de São Paulo. Nesses 13 anos a APOLGBT SP (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) conquistou um importante espaço de mobilização social. Atualmente, graças aos esforços de todos aqueles que trabalham para a realização do evento – que vai além da Parada e se configura por diversas atividades políticas e culturais organizadas no Mês do Orgulho LGBT – a cidade de São Paulo abriga a maior Parada do mundo que no ano passado contou com aproximadamente 3,4 milhões de pessoas. [1]
Mesmo com tamanha grandeza, destacada organização, grande espaço na mídia e considerável mobilização por parte de diversos setores da sociedade, constata-se que o Brasil ainda está longe de reconhecer os direitos de milhões de brasileiros e brasileiras que se enquadram no universo LGBT.
Certamente que a Parada de São Paulo, mesmo sendo a maior, não pode sozinha levar a cabo a conquista de todos os direitos que nos são negados. Todavia, constitui, como já frisamos, um importante espaço de mobilização, sobretudo por sua visibilidade. É com isso em vista, e tendo ainda em conta o caráter mais festivo do que militante do evento, que propomos a organização de uma manifestação dentro da Parada.
Longe de questionar o trabalho de seus organizadores, objetivamos atuar dentro da Parada a fim de chamar a atenção para a marginalização das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros na sociedade brasileira.
Assim, chamamos a todos os interessados em participar da 13ª Parada do Orgulho LGBT com objetivos além da mera comemoração a unirem-se a nós.
No dia 14 de Junho às 11h na esquina da rua Haddock Lobo com a Avenida Paulista, leve seu cartaz de protesto e vá com uma roupa escura para contrastar com o colorido da Parada e ajudar a dar visibilidade ao nosso grupo! Por que protestar?
Ora, qualquer cidadão – exceto pelo Júlio Severo, Olavo de Carvalho e companhia Ltda – sabe que a homofobia está entranhada nesse país. Não é preciso ir muito longe para observar esse FATO, inclusive, pode-se começar pela leitura dos blogs dos senhores Severo e Carvalho, só aconselho que aqueles com estômago fraco tenham cuidado.
Mas para aqueles que não querem voluntariamente perder tempo com baboseiras, basta prestar atenção nos discursos homofóbicos ouvidos cotidianamente nas ruas, nas escolas, empresas e qualquer outro lugar em que duas ou mais pessoas estão reunidas em nome de algo ou de nada específico.
Seriam “menos danosos” se as verborragias ficassem só nas palavras. Mas esse não é o caso. Os estudos de Luiz Mott e Marcelo Cerqueira (do GGB) indicam que a cada três dias um LGBT é brutalmente assassinado no Brasil. Os assassinos muitas vezes justificam o crime pelo argumento simples e direto: “Matei porque odeio gay”[2].
Todo esse ódio é fomentado por diversos fatores, tão diversos que é difícil enumerá-los. Mesmo assim, é evidente que discursos homofóbicos veementemente proclamados por líderes religiosos, políticos, professores, jornalistas, cientistas etc. não só alimentam como estimulam esse tipo de violência. Como esperar que uma sociedade respeite as diferenças quando aqueles que possuem argumentos de autoridade, que formam opiniões e orientam comportamentos e posturas sociais dizem coisas do tipo:
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“A homossexualidade é um castigo e distúrbio do comportamento sexual. O homossexual é alguém que em vidas passadas abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos. As relações homossexuais de hoje comprometem as reencarnações futuras, de modo que os gays e lésbicas parecem estar condenados a um aumento contínuo do seu atraso espiritual.”
(Américo Domingos, médico e escritor espírita, MG) [3] 8 jun (23 horas atrás) Lívia
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“Os homossexuais cínicos e agressivos devem merecer dos católicos o repúdio votado a todos os pecadores públicos e insolentes, que se declaram ou se comportam como inimigos de Deus e de Sua Santa Lei. Homossexuais assim são como células cancerosas e pútridas no corpo social. Devem ser repudiados, com nota de execração. Que Nossa Senhora livre o Brasil dessa infâmia. E não permita seja aprovado no Congresso Nacional o torpe projeto de lei que institui o "casamento" entre homossexuais. Isto constituirá uma insolente ofensa feita a Deus e a Nossa Senhora pelos legisladores do País, e que atrairá sobre o Brasil grandes castigos, pois será a legalização e a legitimação oficial de um pecado infame que clama a Deus por vingança, alinhando-nos a Sodoma e Gomorra...”
(Cônego José Luiz Marinho Villac, SP) [4]***
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“O comercial do Ministério da Saúde (mostrando uma família que aceita seu filho gay) é uma safadeza por fazer apologia ao homossexualismo: o Governo Federal está jogando dinheiro fora“.
(Pastor Silas, da Associação Vitória em Cristo, RJ) [5]***
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”Esse negócio de casar gente do mesmo sexo é utopia. Melhor dizendo, é viadice, sapatãozice, lesbinice, ou o que quiserem chamar. É coisa de besta a enézima potência. Eu sou vacinado anti-bichas, anti sapatões, anti-dengue, AIDS e o que quiserem mais!”
(José Henrique Teixeira, Jornalista, Jaú, SP) [6]***
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"O homossexualismo é uma forma de violência à natureza humana”.
(Jose Alencar, Vice-Presidente da República) [7]
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Contra esse tipo de comentário e os danos físicos e morais que eles causam, em 2006 foi proposto o Projeto de Lei Constitucional nº122 que criminaliza a homofobia. O PLC 122 está estacionado no Senado, sobre ele comentaram os senadores Magno Malta e Marcelo Crivella:
"No fim do ano passado, foi aprovado na Câmara dos Deputados a Lei da Homofobia, que em seguida foi encaminhada ao Senado Federal e tramita na Comissão de Direitos Humanos. Creio que os deputados não atentaram para a completa extensão do alcance da lei que aprovaram, a qual, além de inconstitucional, cria em nosso país a “ditadura gay”.
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Subjetivo porque a Bíblia ensina que o homem que se deita com outro homem, como se mulher fosse, comete abominação. Dizer o que a Bíblia diz será, então, crime? Será incitação à violência contra homossexuais?
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Ler, acreditar e ensinar a Bíblia para a família no lar ou em público não é, simplesmente, o direito de liberdade de culto garantido em nossas Constituições desde a proclamação da República, para evangélicos, e desde a Constituição Outorgada de 1824, para os católicos?
(Senador Marcelo Crivella) [8]***
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“Esse projeto de lei [PLC 122] cria um império homossexual no Brasil, uma casta diferenciada no Brasil.”
(Senador Magno Malta) [9]
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Quem somos?
As pessoas envolvidas nessa manifestação são lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e heterossexuais dispostos a atuar na Parada de uma maneira diferente com o objetivo principal de utilizar o evento para chamar a atenção para a marginalização dos indivíduos que fogem dos padrões de comportamento tidos por “normais”.
Não formamos um grupo ou organização, embora alguns dos participantes, isoladamente, façam parte de ONGs, grupos, organizações ou associações relacionadas com a militância LGBT ou em prol dos direitos humanos em geral. Acreditamos no papel dos indivíduos enquanto agentes na e da sociedade, acreditamos na possibilidade de transformações reais mediante mobilização, acreditamos que devemos assumir a responsabilidade pela garantia e defesa de nossos direitos em vez de deixá-la para outros. Se você também acredita, mas sabe que acreditar não é “fim” mas um começo, una-se a nós.
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Compareça à Parada do Orgulho LGBT, dia 14 de junho, às 11h na esquina da rua Haddock Lobo com a Avenida Paulista. Vá com uma roupa escura para contrastar com o colorido da Parada e ajudar a dar visibilidade ao protesto!

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