Acusado de esquartejar jovem inglesa é condenado a 21 anos
Jurados condenaram a 19 anos de reclusão pelo crime de homicídio
Após 14 horas e meia de julgamento no Tribunal do Júri de Goiânia, os jurados decidiram pela condenação do jovem Mohammed D'Ali dos Santos a cumprir pena de 21 anos de reclusão, em regime fechado, pela morte e ocultação do cadáver da jovem inglesa Cara Marie Burke, 17 anos. O crime foi cometido em 26 de julho de 2008. A decisão foi lida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, às 23h desta quinta-feira (14).
Em relação ao crime de homicídio, Mohammed foi condenado a 20 anos de reclusão, reduzindo-a em seis meses para cada atenuante (ser menor de 21 anos e réu primário), totalizando, então, 19 anos de reclusão em regime fechado.
Debate
Durante o debate entre defesa e acusação, o advogado George Hidasi, que defende Mohammed, disse que o cliente cometeu "crime brutal e monstruoso", mas pediu pena branda por ele ter problema mental.
Acusação
"Ele cometeu o crime no sábado, pois a empregada estava de folga e só voltaria no domingo, mas ligou para ela apenas retornar ao trabalho na terça-feira. Mohammed aumentou o volume do aparelho de som para que Cara não conseguisse pedir ajuda", disse Marcolino. O promotor disse ainda que o jovem planejou a fuga, tanto que não foi preso em casa e ainda chegou a monitorar a presença de policiais na frente de sua casa.
"A foto tirada por Mohammed, pelo celular, do corpo da vítima esquartejada foi enviada por ele mesmo e circulou o mundo todo pela internet. Isso mostra que ele é uma pessoa má e não uma pessoal com problema mental", alegou o promotor.
Confissão
Mohammed, em seu depoimento, confessou ter matado e esquartejado a jovem inglesa Cara Marie, de 17 anos.
Ele disse que conheceu a vítima em 2006, em Londres, durante uma festa na casa de um amigo chamado “Dudu”. Afirmou ainda que não namorou a vítima e que eram apenas amigos. Ele contou que os dois vieram juntos para o Brasil, pois a vítima queria conhecer o país.
Segundo Mohammed, na Inglaterra, Cara morava com a mãe, Anne Burke, pois o pai era falecido. Ele disse que passou a morar junto com a jovem inglesa, em Goiânia, mas que nunca namoraram ou tiveram qualquer relação sexual. O réu afirmou ainda que tinha bom relacionamento com a vítima.
O réu disse que Cara Marie usava maconha e cocaína. Que ela morou dois meses com ele, voltou para Londres e retornou ao Brasil, período em que morou outras duas semanas com Mohammed e saiu do apartamento para morar com o namorado. “Ela ficava, ao mesmo tempo, com um policial da Rotam”.
A morte
“Cara me ligou para dizer que queria voltar a morar comigo, mas que teria de avisar o namorado. Joguei 50 gramas de cocaína na mesa para cheirar. Ela me pediu dinheiro e me disse que para droga eu tinha. Eu respondi que não era o pai dela. Ela me disse que iria ligar para o policial que ela estava ficando para buscar a droga dela e fazer um dinheiro com a droga”, disse Mohammed.
“Quando ela colocou o telefone na orelha. Eu aumentei o volume do som, tapei a boca dela e comecei a furar as costas dela. Isso foi na sala do apartamento”, disse o réu.
“A faca já estava comigo para cortar a pedra de cocaína. No dia em que aconteceu tudo, eu já tinha usado cocaína durante quatro dias seguidos”. Segundo Mohammed, Cara segurou a faca, ele cortou a mão dela, mas ela continuou a se defender. “Mordi o braço dela. Não tinha noção do que estava fazendo, só depois que vi o que fiz.”
“Não lembro onde a esfaqueei. Não vi, não. Só saí ‘distribuindo’, sem saber onde a estava atingindo. Ela caiu morta na mesma hora. Eu arrastei o corpo para o quarto, fui tomar banho e depois arrastei o corpo para o banheiro”, disse Mohammed.
“Eu fui até o supermercado, comprei uma faca por cerca de R$ 10 e voltei para casa. Fiquei pensando em como tirar o corpo de casa e o jeito era cortar o corpo e colocar na mala. Cortei primeiro as pernas, os braços e depois a cabeça”, disse o réu no depoimento.
“Coloquei o tronco em um saco plástico e depois em uma mala. A cabeça e os membros eu coloquei em outros sacos plásticos e em outra mala”, disse Mohammed ao juiz. Os membros da vítima foram jogados no Ribeirão Sozinha. No mesmo dia, ele pegou a outra mala, com o tronco da vítima, e levou até o Rio Meia Ponte.
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